terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A escravidão ainda existe

      Infelizmente a escravidão não foi fato ocorrido exclusivamente no século XIX. Este fenômeno tão peculiar da nossa sociedade, mesmo que de forma diferenciada, ainda acontece nos dias atuais. Uma reportagem realizada pelo jornal Correio da Bahia[1] comprova que a escravidão continua sendo uma prática viva no Brasil. Um exemplo desse fato é a existência de uma oficina localizada no Centro de São Paulo e na Zona Norte da Cidade que mantinham trabalhadores - se é que se pode considerá-los como trabalhadores – em regime de semi-escravidão.  Na ocasião cerca de 15 pessoas, oriundas da Bolívia e Peru, foram liberadas. De acordo com os agentes públicos o quadro encontrado foi de grande crueldade, e foram destacadas por eles as seguintes anomalias: contratações irregulares, exploração do trabalho infantil, condições físicas degradantes e jornada de trabalho de até 16 horas diárias.
          Há evidências que na Região Norte é relação de semi-escravidão é constante, e a mesma acontece principalmente por causa de dívidas, sobretudo nos trabalhos que envolvem a produção de carvão, mineração e desmatamento. Conclui-se então que a chamada escravidão doméstica ocorrida na África antiga faz-se presente não só no Brasil, mas no mundo todo. A escravidão se constitui em qualquer situação em que um indivíduo exerce poder sobre outro. Poder esse não de direito, mas contido no imaginário do opressor que se torna legítimo pelo medo ou incapacidade de agir do oprimido. 


[1] Reportagem divulgada no dia 05/01/2012 aponta uma lista de 11 fazendas onde a existência de trabalho escravo foi constatada. Disponível em http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/lista-suja-do-trabalho-escravo-tem-11-fazendas-da-bahia/.